Os princípios auxiliam o profissional de qualquer natureza. O advogado resolve suas incongruências com o sistema legal, o matemático com seus teoremas resolve seus conflitos matemáticos e o artista resolve seus problemas visuais por meio dos princípios do design. No entanto, o artista os usa como princípios, não como leis. A diferença entre os dois conceitos é que esses princípios ajudam a organizar a arte e o layout formal, mas não direcionam a criatividade para expressar sentimentos e ideias. Quer dizer, criatividade, sentimentos e visão suprema do artista estão acima de qualquer lei, então esses princípios só podem servir de referência, podem nos ajudar como conselhos, mas não nos obrigam a fazer nosso trabalho de uma determinada maneira.
A seguir, revisaremos esses princípios de composição que são básicos para qualquer designer:
- Unidade: Ocorre quando um conjunto de corpos organizados, relacionados entre si, representam apenas um. Cada elemento no plano exerce forças e tensões, o conjunto desses elementos e suas forças relacionadas é constituído como uma unidade. O valor das unidades é maior do que a simples soma dos elementos. Como podemos encontrar esse princípio em nossas obras? Bem por continuidade, repetição ou proximidade entre os elementos.
- Variedade: É sobre a organização dos elementos dentro do conjunto. O objetivo da variedade é despertar o interesse. É o resultado de termos diferentes formas ou tipos em nosso universo simbólico e formal. Trata-se de introduzir essas diferenças que agregam valor ao design visual e conceitual. Sobretudo no uso de contraste, ênfase, diferença de tamanho, cor ... Variedade é uma qualidade de contraste, que permite relacionar várias formas, figuras ou elementos, de diferentes formas e com diferentes cores e texturas, mas a sua utilização deve ser racional. Devemos usar a lógica, nosso sentido visual para encontrar correspondência e equilíbrio, porque podemos cair em desordem (o que, desde que não seja intencional, será um erro) e nos uniremos
- Contraste: Refere-se ao contraste, à comparação ou à diferença notável que existe entre os elementos. O seu uso correto e sem cair em abusos, poderá fortalecer o vínculo entre todos os componentes que compõem este tandem. É essencial que sem este elemento cairíamos em um profundo vazio estético, monotonia ou mesmo simplicidade. De alguma forma, fecharíamos as portas de nossa composição, limitaríamos e privaríamos seus elementos de capacidade. Isso pode ser conseguido através da manipulação de múltiplas articulações, como cor, tom, forma, textura, tamanho, contorno, tipografia ...
- Centro de interesse: Também o chamaremos de ênfase e trata-se da espinha dorsal ou eixo da composição a partir do qual tudo faz sentido. É muito fácil de identificar e é para essa área que o nosso olhar se dirige assim que vemos a obra. É esse ponto que não resistimos a olhar, que imediatamente chama a nossa atenção. Examinamos essa ênfase primeiro e depois examinamos o resto da composição. Esses centros de interesse são muito importantes porque estão de acordo com o sistema de percepção humanaÉ assim que nosso cérebro funciona. Você precisa imediatamente buscar dentro de si um significado, uma interpretação. E esse elemento servirá de suporte para estabelecer toda a nossa hipótese mental quando a virmos, quando a recebermos. (Principalmente quando falamos de composições figurativas, na abstração ela também está presente, mas é algo muito mais difuso do campo conceitual).
- Repetição: Consiste na reprodução exata dos elementos, agrupando-os levando em consideração a proximidade entre eles e as características visuais que compartilham. A forma mais comum é a linear, nesta os elementos não têm que ser totalmente iguais para serem agrupados, apenas devem ter um distintivo comum mas conferindo individualidade dentro de uma mesma família. Pode ser causado pelo tamanho, contorno ou detalhes característicos.